Os padrões climáticos futuros são incertos em tempos de alterações climáticas
evidentes. Secas recentes e mudanças nos padrões climáticos sazonais vem
aumentando a demanda por irrigação na agricultura e com esta demanda uma nova
perspectiva sobre o uso racional de água se faz necessária!
A irrigação pode reduzir o risco de perda de rendimento e melhorar a qualidade da
lavoura. Mas o que a maioria das pessoas desconhece é que a água de irrigação
possui uma regulamentação severa de caráter conservacionista positivo, com
quantidades limitadas de uso baseadas nos limites das bacias hídricas de cada
localidade. Deve-se considerar ainda os elevados custos com outorgas de direito de
uso e todas as despesas com aquisição e manutenção de equipamentos, bem como
custos de energia para o bombeamento de água para a plantação. Se você é
irrigante ou está pensando em começar a irrigar, um planejamento de irrigação pode
ajudar imensamente no aspecto de rendimento, que está diretamente relacionado
com uma produtividade mais elevada caminhando lado a lado com qualidade,
sustentabilidade e conservação.
O objetivo deste post do blog é fornecer uma introdução ao manejo racional de
irrigação com uso de tecnologias agrometeorológicas e mostrar como é fácil
construir uma programação de irrigação com uso sustentável de água, usando a
ferramenta IRRIMET da Metos Brasil.
O que é um planejamento de irrigação?
É um plano de aplicação de água em uma cultura com base no tamanho e estágio
de desenvolvimento da mesma, sendo que nesse plano devem ser considerados
diversos fatores como por exemplo a própria eficiência de aplicação do sistema de
irrigação utilizado e os fatores climáticos passados, presentes e futuros.
Por que um agendamento de irrigação é uma ótima ferramenta para um
irrigante?
Porque fornece um plano de quanta água a cultura precisará, seja por chuva ou
irrigação. Sabendo quanta água uma cultura precisa, torna-se mais fácil para o
irrigante fornecer a quantidade certa de água para complementar a chuva,
reduzindo assim desperdícios. Além disso, quando uma cultura é cultivada com a
quantidade precisa de água, o potencial de rendimento é otimizado, a eficiência de
absorção de fertilizantes é aumentada e novamente, o uso excessivo de água é
minimizado. Em outras palavras, a sustentabilidade e conservação passam a ser
protagonistas na busca por maiores produtividades.
Mas como é desenvolvido um planejamento de irrigação?
O processo pode ser simples e envolve um pouco de matemática e uma
compreensão do crescimento das culturas. A primeira coisa é entender a
evapotranspiração, que é uma combinação de duas palavras, evaporação e
transpiração.
A evaporação é o processo natural da água ao se tornar vapor como resultado da
incidência da energia solar. Por exemplo, a evaporação acontece todos os dias
quando uma toalha seca no varal.
Já a transpiração é o processo de resfriamento de um organismo. Nos humanos, a
transpiração ocorre através do suor. Nas plantas a transpiração é o processo em
que ocorre a perda de água através das folhas a fim de que a planta se resfrie.
Uma forma de entender a dinâmica da evapotranspiração e como ela funciona é
pensar na secagem da toalha no varal. Em um dia com alta evapotranspiração, a
toalha seca rapidamente e em um dia com baixa evapotranspiração, a toalha seca
lentamente.
A evapotranspiração pode ser calculada de várias maneiras, mas para este artigo, é
importante saber que, independentemente da forma como ela é calculada, ela
descreve as condições ambientais que uma cultura experimenta e é abreviada pelo
termo “ETo”, também conhecido como “Evapotranspiração de referência”. A ETo
tem como referência a quantidade de água que um gramado bem regado usaria
para se manter em nível hídrico adequado.
Para entender quanta água uma cultura está usando, o valor de ETo deve ser
convertido do gramado de referência para a cultura de interesse.
Por exemplo, se a cultura for tomate, a conversão de ETo em tomate resultará em
“ETc”, ou seja, ‘Evapotranspiração da cultura’. A melhor maneira de entender a
relação entre ETo e ETc é observar a equação abaixo:
ETc = ETo x Kc
Onde;
ETc é a evapotranspiração da cultura
ETo é a evapotranspiração de referência
Kc é o coeficiente de cultura
O coeficiente de cultura, “Kc”, é um fator específico para cada cultura e foi
desenvolvido por extensa pesquisa científica, ver FAO 56.
Vale destacar que o Kc não é constante e muda à medida que a cultura cresce
(Fig.1). Este coeficiente leva em consideração todos os aspectos da cultura e serve
como uma forma de converter ETo em ETc. Isso é muito útil porque a ETc é o fator
que de fato é usado para ajustar e poder fazer um planejamento de irrigação
adequado para cada cultura.
Figura 1. Exibição do IRRIMET mostrando o Kc e a profundidade da raiz usada nos cálculos de
balanço hídrico e uso de água da cultura.
Resumindo, ETo é a quantidade de água que um gramado bem regado usa, ETc é a
quantidade de água que uma cultura usa e Kc é o coeficiente específico para cada
cultura e permite converter ETo para ETc!
Também é importante saber que ETo e ETc são medidos em milímetros (mm) de
água por dia. No IRRIMET, as entradas de chuva também são relatadas em mm, o
que torna mais fácil entender quanta água uma cultura está usando ou precisando
por dia e a demanda real por uso de irrigação diante das entradas naturais de
precipitações. Para entender a aplicação de água de irrigação em volume, é útil
saber que há 10.000 litros em 1 mm por hectare. Por exemplo, para aplicar 5 mm
em 2 hectares são requeridos;
5 mm x 10.000 litros/mm/ha = 50.000 litros/ha x 2 hectares = 100.000 litros.
Existe uma maneira mais fácil de criar um planejamento de irrigação?
Sim! A Metos Brasil possui uma excelente ferramenta para criar um cronograma de
irrigação e visualizar o balanço hídrico do solo (Fig. 2). Usando o IRRIMET, um
irrigante seleciona a cultura que planeja cultivar e fornece informações simples,
como a zona de manejo, a data de plantio, tipo de solo, umidade do solo no plantio,
tipo de equipamento e rendimento, entre outros. Em seguida, um sistema de
planejamento com calendário é criado automaticamente e passar a considerar as
condições climáticas como temperatura e precipitações em tempo real
disponibilizando diferentes ferramentas de visualização para o controle e
gerenciamento do Balanço Hídrico.
Figura 2. Exibição do IRRIMET mostrando o balanço hídrico do solo (acima) e o uso de água
da cultura ETc, precipitação e Kc (abaixo).
Caso o irrigante necessite realizar ajustes no decorrer da safra, estes podem ser
feitos, a qualquer momento no sistema a partir de observações feitas em campo, no
desenvolvimento da cultura, nas condições atuais de umidade no solo e também
baseado nos dados climáticos futuros através da previsão meteorológica localizada.
Por exemplo, se a cultura estiver crescendo mais rápido ou mais devagar do que o
originalmente projetado, essas observações podem ser usadas para refinar o
agendamento de irrigação.
Tecnologia e Sustentabilidade
Determinar o uso de água para cultivo pode parecer intimidante no começo, mas é
uma necessidade a qual os agricultores terão que se ajustar diante da expectativa
de escassez e custos cada vez mais elevados de energia e direitos de uso de água.
Espero que este post tenha ajudado a simplificar esse o assunto e a demonstrar
como a tecnologia pode permitir que produtividade e sustentabilidade caminhem
lado a lado.
A irrigação pode ser um insumo muito útil para a cultura, mas precisa ser
gerenciada de forma racional e eficiente. Um planejamento de irrigação organizado
é o caminho para ajudar os produtores a irrigar com mais assertividade,
conservando nosso planeta e sua capacidade produtiva para as gerações futuras.
A Metos Brasil e o IRRIMET facilitam essa programação dando uma visão completa
e simplificada da irrigação ao mesmo tempo.
Para saber mais sobre como levar seu sistema de irrigação para o próximo nível de
qualidade e automação, entre em contato conosco.
brasil@metos.at
(47) 3046-0950